Pelo segundo mês consecutivo, o Índice da Cesta Básica de Três Pontas (ICB – FATEPS/UNIS) apresentou diminuição, desta vez a queda foi de -2,22% comparando o mês de março com fevereiro. Mais uma vez o comportamento dos preços dos produtos hortifrutigranjeiros e do óleo de soja foram decisivos para esse resultado. Além disso, alguns produtos mantiveram os preços inalterados em relação à coleta anterior. Enquanto isso, os produtos que mais aumentaram os preços foram feijão carioquinha e carne bovina. Comparando com o mesmo período de 2022, nota-se que o valor da cesta ficou estável com alta de 0,74%.
A pesquisa em Três Pontas é realizada na última semana do mês por meio da coleta dos preços de 13 produtos que compõem a cesta básica nacional de alimentos nos principais supermercados da cidade, utilizando uma metodologia adaptada do DIEESE.
Na última semana do mês de março, o valor médio da cesta básica nacional de alimentos para o sustento de uma pessoa adulta na cidade de Três Pontas era de R$623,35. Este valor representa 51,76% do salário mínimo líquido (salário mínimo total menos o desconto do INSS). Sendo assim, o trabalhador que recebe um salário mínimo mensal precisava dedicar 105 horas e 20 minutos por mês para adquirir essa cesta em Três Pontas.
Em relação à banana, o aumento do volume ofertado, principalmente do tipo prata, e a menor demanda no final do mês explicam essa forte diminuição dos preços. No caso da batata, a safra de verão continua bastante intensa, contribuindo para maior disponibilidade do produto. No entanto, esta safra já se aproxima do fim, o que pode provocar elevações dos preços no curto prazo. O tomate também apresentou em março uma considerável intensificação da safra, provocando aumento no volume ofertado em todas as regiões produtoras e contribuindo para essa queda nos seus valores médios.
A pesquisa de março na cidade de Três Pontas permitiu algumas observações importantes. Primeiramente, a continuidade da safra de verão dos hortifrutigranjeiros que contribuiu para maior oferta destes produtos e queda nos seus preços médios. Segundo, a estabilidade nos preços de muitos itens. Por fim, a forte alta verificada no valor médio do feijão carioquinha. A queda no índice da cesta básica neste mês foi menor que na pesquisa anterior, mas vem contribuir para um alívio, mesmo que momentâneo, no orçamento familiar. Porém, deve-se destacar que, mesmo com essas quedas em dois meses seguidos, o valor da cesta e os preços da maioria dos produtos continuam bastante elevados, prova disso é que o nível de comprometimento do salário mínimo líquido com esta cesta ainda se mantém acima de 50%. Para os próximos meses é preciso estar atento ao início da entressafra de alguns destes produtos, o que pode provocar novas altas no valor da cesta básica.
A pesquisa completa pode ser acessada clicando aqui.